In " FORTUNAS
& NEGÓCIOS "
Nº 84 - Ano 7
Março 1999
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As galerias de arte em todo o mundo aprenderam
a usar Inernet como suporte importante à sua actividade comercial.
Num só espaço virtual é possível reunir uma
infinidade de obras de diversos estilos, desde artefactos africanos até
uma exposição fotográfica de um jovem artista. Os
próprios artistas podem facilmente divulgar a sua obra a uma larga
audiência e em poucos segundos, através da publicação
de uma página pessoal na Web. Graças a esta utilização
crescente da Internet neste meio, qualquer pessoa pode aceder (a
partir da sua casa) às mais belas criações artísticas,
não só do passado, através de museus virtuais, mas
também das mais recentes obras através da visita de galerias
virtuais, páginas de artistas ou mesmo exposições
colectivas disponíveis na Web.
Segundo o artista plástico Luís
Soares, a galeria de rua será sempre um local privilegiado para
o contacto pessoal com o artista próximo ou o seu agente. A partir
daí a multiplicação de contactos com a galeria e artistas
será mais fácil utilizando a Internet. O artista está
já a trabalhar em páginas com acesso restrito, onde fornece
uma base de dados das obras disponíveis, preçários
(que actualiza a qualquer momento) e demais condições.
A Internet proporcionou também o aparecimento
de novos tipos de negócios relacionados com a arte. O projecto
....... um novo conceito de centro comercial de arte,
onde artistas e agentes podem coexistir e comercializar obras de arte junto
de um público que utiliza as funcionalidades do site para efectuar
compras de artigos de arte, não só originais, mas em muitos
casos serigrafias ou simples cópias.

A pensar neste nicho de mercado, e aproveitando
as vantagens da Internet quando aplicadas à comercialização
de obras de arte, a CERAMICARTE ( Cerâmica Artística de Cascais)
desenvolveu uma Exposição Virtual visando a promoção
dos trabalhos produzidos e a sua consequente venda. O visitante poderá
aqui encontrar recortes de imprensa com críticas aos trabalhos em
exposição, além do currículo dos criadores,
textos de acompanhamento e referências bibliográficas. Em
exposição além da cerâmica, encontramos, tapeçarias,
serigrafias, jóias,......
Luís Soares proprietário da
CERAMICARTE e responsável por todo o projecto, afirma que
a Internet é um investimento a médio prazo, onde já
é possível visualizar alguns resultados. Os primeiros são
a imagem, mas no futuro a Internet vai ser o grande canal de divulgação
e venda de arte. De referir que a CERAMICARTE está presentemente
a negociar com um distribuidor nos EUA para fazer as entregas dos seus
produtos. Para isso seria criada uma central com stocks
mínimos, de forma a satisfazer com rapidez e poucos custos de transporte
os clientes. Só as obras de arte originais é que seriam enviadas
de Portugal.
O site da CERAMICARTE está on-line
desde 1996, tendo sido o primeiro espaço totalmente dedicado a esta
área em Portugal. Esta galeria virtual recebe uma média mensal
de 21000 visitantes, dos quais apenas 35% são nacionais. A empresa
possui uma base de dados de visitantes inscritos, que regularmente utiliza
para informar potenciais clientes de todas as suas actividades, conforme
a área de interesse solicitada.
Luís Soares afirma ainda que ao nível
de contactos internacionais, a Internet à algo de inigualável
e impossível de ser ultrapassada, pois a preços muito reduzidos
muito rapidamente estabelecemos novos contactos e troca de interesses.
Conhecemos e damos a conhecer as nossas ideias e obras, não perdendo
tempo ou fazendo perder tempo. Podem-nos pedir melhores esclarecimentos,
a que respondemos horas ou minutos depois, algo que em situações
normais demoraria dias. ..............
A proliferação do comércio
electrónico e da Internet vieram permitir que os objectos de arte
possam ser comercializados via Internet. Apesar de não se tratar
de um artigo de uso comum como um livro ou disco, existem já vários
sítios na Internet que apostam na venda de pinturas, esculturas
e serigrafias através da Web. No entanto, o processo é, na
maioria dos casos, um pouco diferente de uma compra normal através
da Internet. No caso de objectos de arte, os clientes não compram
por impulso. Geralmente entram em contacto directo com o artista (via correio
electrónico), tentam obter mais informações sobre
o trabalho em questão e obra do autor, antes de avançarem
para a aquisição do respectivo objecto. É este contacto
directo entre cliente e artista que tornam a Internet um dos locais mais
apetecidos por quem pretende comprar uma obra de arte.
Nuno Bernardo
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